quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Vinícius Gregorio

Incompreensão

Não bastasse viver sempre trancado,
Dói no peito o que fez o meu vizinho:
Confinou um pequeno passarinho
Pra viver feito ele, engaiolado...

Num cubículo escondido e abafado
Vive o homem, que acorda bem cedinho
Pra cuidar do seu prisioneirozinho
Que está preso, mas não fez nada errado.

Vive o homem jurando que ele canta,
Mas só ouço sair pela garganta
Gritos secos de dor e de saudade...

Ele jura que o canto é de contente,
Mas só ele não vê que é, claramente,
Um protesto por sua liberdade.


Nenhum comentário:

Postar um comentário