Este blog tem o fim de divulgar os(as) novos(as)poetas(isas) do sertão pernambucano que expande sua arte de fazer poesia.
domingo, 28 de agosto de 2011
SENTI -LOS
É preciso extrair a pura essência
Existente em nós e em nossas vidas,
Pois assim sentiremos resistência
Ao encontrarmos sensações perdidas.
Enxergar o escuro em transparência,
Ouvir o som nas notas produzidas.
Saciar o sabor da existência,
Cheirar a luta nas canções contidas.
Tocar a alma, a forma, o instrumento.
Amar a vida, a fé e o sentimento,
Que é necessário para prosseguir…
Pois, se não houver sonhos construídos,
Qual o sentido em ter os sentidos
E não usá-los pra saber sentir?
Isabelly Moreira - São José do Egito
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
VELAS, BEBADOS, PUTAS, CORNOS E POETAS
AS QUATRO VELAS
Quatro velas ardiam sobre a mesa,
E falavam da vida e tudo o mais.
A primeira, tristonha: “Eu sou a PAZ,
Mas o mundo não quer me ver acesa…”
A segunda, em soluços desiguais:
“Sou a FÉ! Mas é triste a minha empresa:
Nem de Deus se respeita a Realeza…
Sou supérflua, meu fogo se desfaz…”
A terceira sussurra, já sem cor:
“Estou triste também, eu sou o AMOR…
Mas perdi o fulgor como vocês…”
Foi a vez da ESPERANÇA – a quarta vela:
“Não desiste ninguém! A Vida é bela!
E acendeu novamente as outras três!
Dedé Monteiro
Tabira, 12/02/2009
OS QUATRO BÊBADOS
Quatro bêbados bebiam numa mesa,
E falavam da vida e tudo em fim.
O primeiro dizia: “Eu bebo assim,
Pra poder afogar minha tristeza”…
O segundo, engolindo uma de gim,
Diz: “a cana é quem faz minha defesa…
Se não fosse a bebida, essa beleza,
Minha vida seria muito ruim!
O terceiro, morrendo de ressaca,
Diz: eu sinto a matéria muito fraca,
Vou parar de beber essa semana!
Grita o outro: “não faça essa desgraça,
Mande abrir mais um litro de cachaça
Que é pra gente morrer bebendo cana!
Gonga Monteiro
Tabira, 18/02/2011
AS QUATRO PUTAS
Quatro putas falavam em um bar
Sobre a vida que era muito dura...
A primeira, cheinha de frescura,
Diz assim: “Eu vou me aposentar!
A segunda, morrendo de chorar,
Diz pra outra: “Ninguém mais me segura,
Tô com um metro e cinquenta de altura
E a balança acabou de se quebrar.
A terceira, já com sessenta anos,
Disse as outras: “Restaram desenganos,
Ninguém mais quer três velhas prostitutas...
Veio a quarta, a que era cafetona,
E, lembrando dos tempos bons de zona,
Deu coragem de novo às outras putas.
Felipe Júnior
Recife, 03 de março de 2011
OS QUATRO CORNOS
Quatro cornos sentados numa praça
Lamentavam por ter desilusões.
O primeiro lembrando as traições:
- Eu me vingo das pontas na cachaça.
O segundo chorava da desgraça
E dizia: não perco as ilusões.
Se a mulher preferiu ter Ricardões
Isso é fase, mas sei que logo passa.
O terceiro chifrudo, o mais matreiro:
O que importa é a mulher trazer dinheiro
Pra o que falam de mim, nunca liguei.
Já o quarto cornão, foi taxativo:
- Quando a minha me trai sou vingativo.
Eu arranjo outro bofe e vou ser gay.
Ismael Gaião - Condado/PE
OS QUATRO POETAS
O primeiro poeta com as velas
Deu um show de poesia com certeza
O segundo num bar ouve na mesa
Depois narra dos bêbados as sequelas
Outro escuta das putas as mazelas
Comentar sobre os ossos do oficio
E escutando dos cornos o suplício
Chega outro e relata tais procelas
Como é dura a vida dos poetas
No afã de cumprirem suas metas
Desmanchando-se em versos, quem diria
Juntam: bêbados, cornos, velas, putas
Em estrofes bem simples, mas astutas
Transformaram isso tudo em poesia
Carlos Aires
Carpina/PE, 05/03/2011
Quatro velas ardiam sobre a mesa,
E falavam da vida e tudo o mais.
A primeira, tristonha: “Eu sou a PAZ,
Mas o mundo não quer me ver acesa…”
A segunda, em soluços desiguais:
“Sou a FÉ! Mas é triste a minha empresa:
Nem de Deus se respeita a Realeza…
Sou supérflua, meu fogo se desfaz…”
A terceira sussurra, já sem cor:
“Estou triste também, eu sou o AMOR…
Mas perdi o fulgor como vocês…”
Foi a vez da ESPERANÇA – a quarta vela:
“Não desiste ninguém! A Vida é bela!
E acendeu novamente as outras três!
Dedé Monteiro
Tabira, 12/02/2009
OS QUATRO BÊBADOS
Quatro bêbados bebiam numa mesa,
E falavam da vida e tudo em fim.
O primeiro dizia: “Eu bebo assim,
Pra poder afogar minha tristeza”…
O segundo, engolindo uma de gim,
Diz: “a cana é quem faz minha defesa…
Se não fosse a bebida, essa beleza,
Minha vida seria muito ruim!
O terceiro, morrendo de ressaca,
Diz: eu sinto a matéria muito fraca,
Vou parar de beber essa semana!
Grita o outro: “não faça essa desgraça,
Mande abrir mais um litro de cachaça
Que é pra gente morrer bebendo cana!
Gonga Monteiro
Tabira, 18/02/2011
AS QUATRO PUTAS
Quatro putas falavam em um bar
Sobre a vida que era muito dura...
A primeira, cheinha de frescura,
Diz assim: “Eu vou me aposentar!
A segunda, morrendo de chorar,
Diz pra outra: “Ninguém mais me segura,
Tô com um metro e cinquenta de altura
E a balança acabou de se quebrar.
A terceira, já com sessenta anos,
Disse as outras: “Restaram desenganos,
Ninguém mais quer três velhas prostitutas...
Veio a quarta, a que era cafetona,
E, lembrando dos tempos bons de zona,
Deu coragem de novo às outras putas.
Felipe Júnior
Recife, 03 de março de 2011
OS QUATRO CORNOS
Quatro cornos sentados numa praça
Lamentavam por ter desilusões.
O primeiro lembrando as traições:
- Eu me vingo das pontas na cachaça.
O segundo chorava da desgraça
E dizia: não perco as ilusões.
Se a mulher preferiu ter Ricardões
Isso é fase, mas sei que logo passa.
O terceiro chifrudo, o mais matreiro:
O que importa é a mulher trazer dinheiro
Pra o que falam de mim, nunca liguei.
Já o quarto cornão, foi taxativo:
- Quando a minha me trai sou vingativo.
Eu arranjo outro bofe e vou ser gay.
Ismael Gaião - Condado/PE
OS QUATRO POETAS
O primeiro poeta com as velas
Deu um show de poesia com certeza
O segundo num bar ouve na mesa
Depois narra dos bêbados as sequelas
Outro escuta das putas as mazelas
Comentar sobre os ossos do oficio
E escutando dos cornos o suplício
Chega outro e relata tais procelas
Como é dura a vida dos poetas
No afã de cumprirem suas metas
Desmanchando-se em versos, quem diria
Juntam: bêbados, cornos, velas, putas
Em estrofes bem simples, mas astutas
Transformaram isso tudo em poesia
Carlos Aires
Carpina/PE, 05/03/2011
Lua
"Lua você me responda:
Porque é tanto o clarão?
Que dá pra gente encontrar
Um alfinete no chão
E com a sua claridade
O amor acha a saudade
Nas ruas do coração."
Aldo Neves - Tuparetama
Porque é tanto o clarão?
Que dá pra gente encontrar
Um alfinete no chão
E com a sua claridade
O amor acha a saudade
Nas ruas do coração."
Aldo Neves - Tuparetama
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
MAIS UM POEMA - Lima Jr.
Sou como o vento da noite
Pelas esquinas da vida,
Na curva de um açoite
Que ao pensamento intimida.
Sou como a voz da saudade,
Quando a lembrança invade
Minha lucidez, e afeta
Meu coração enfadado.
Por este fardo pesado
De ter nascido Poeta!
Sou qual cigarra dos vales
Que solitária decanta.
Um canta atraindo os males,
Outro aos males espanta.
Colibri equilibrista
Sou, sem cantar, sem conquista
Quando o dia chega ao fim.
Que os sopapos da razão
Nas cordas do coração,
Quase o arrancam de mim.
Sou como o sol que aquece,
Que dá vida e que dá morte.
Sou como a fé de uma prece
De quem joga a própria sorte.
Sou andarilho sem tino,
Sou condutor do destino,
Feito pra mim sem medida.
Dos sonhos, sou gondoleiro,
Sem encontrar paradeiro
Nem porto pra minha vida.
Meu corpo é o holograma,
Do ser que o habita e toma...
Minha mente é como chama,
Queimando o mau, que me doma.
Minha vida eu mesmo faço,
Montando cada pedaço
Que o dia me oferece.
Não sei se em tudo há sentido,
Mas sei que o que é vivido
Nem sempre é o que se merece.
Sou menestrel sem vaidade,
Sou terapeuta do ego.
Sensível tato do cego,
Suspiro de liberdade.
Gangorra de sentimentos,
Voz que viaja nos ventos,
Sem endereço e sem cor.
Sou o espaço a separar
O olho e o olhar,
De quem enxerga o amor.
Sou violento oceano,
Nos continentes da alma.
Sou filho do soberano,
Mas esqueço, e perco a calma.
Sou guardião do teu riso,
Me alimento e preciso
Demais da tua alegria.
És dona dos sonhos meus.
Sou mortal, rogando a Deus,
Teu amor, em POESIA!
Lima Jr., Tuparetama-PE
terça-feira, 16 de agosto de 2011
SOU
Sou a parte que não sei
Sou o surreal da arte
Sou a parte a qual faltei
Sou a parte em toda parte
Que se parte em pedacinhos
Sou vários pequenininhos
Sou até o que sobrou
E o que digo andando a esmo?
Se o que vejo de mim mesmo
É tal parte que não sou.
Kerlle de Magalhães
Sou o surreal da arte
Sou a parte a qual faltei
Sou a parte em toda parte
Que se parte em pedacinhos
Sou vários pequenininhos
Sou até o que sobrou
E o que digo andando a esmo?
Se o que vejo de mim mesmo
É tal parte que não sou.
Kerlle de Magalhães
sábado, 13 de agosto de 2011
Brás Costa
PRA MATAR AS SAUDADES DO SERTÃO
Terra mãe, quanta falta me fizeste
Quantos dias sonhei poder rever-te
Cada vez que te deixo me investe
Uma febre com medo de perder-te.
O caráter que tenho tu me deste
Minha alma da tua é uma parte
Como posso esquecer de ti Nordeste
Se viver para mim é recordar-te.
Minha sina é de ti viver distante
Porém quando meus dias de errante
Terminarem, terei como jazigo
O teu ventre e depois de tão ausente
Poderei sepultar-me eternamente.
Onde foi sepultado o meu umbigo.
Brás Costa, Suíça
Terra mãe, quanta falta me fizeste
Quantos dias sonhei poder rever-te
Cada vez que te deixo me investe
Uma febre com medo de perder-te.
O caráter que tenho tu me deste
Minha alma da tua é uma parte
Como posso esquecer de ti Nordeste
Se viver para mim é recordar-te.
Minha sina é de ti viver distante
Porém quando meus dias de errante
Terminarem, terei como jazigo
O teu ventre e depois de tão ausente
Poderei sepultar-me eternamente.
Onde foi sepultado o meu umbigo.
Brás Costa, Suíça
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
BERÇO AMADO
Lá no alto do cruzeiro
Onde o coco faz a festa
A visão que Deus empresta
É de um quadro verdadeiro
E se dela eu sou herdeiro
Vim da sorte bem que sei
No qual sempre carreguei
O seu nome consagrado
Arcoverde, berço amado,
Terra mãe que me criei.
Sou filho do Moxotó
De Olho D’água dos Bredos
Dos meus primeiros enredos
Onde guardo e sei de có
Fiz um laço e dei um nó
Com os versos que solei
Porque nunca esquecerei
Donde veio meu legado
Arcoverde, berço amado,
Terra mãe que me criei.
Decantei meu lugarejo
Na feira, vilela e praça.
Mostrando essa minha raça
De caboco sertanejo
Que minha lábia sem pejo
Faz o meu sertão um rei
Do qual sempre me orgulhei
De cantar em cada estado
Arcoverde, berço amado,
Terra mãe que me criei.
Kerlle de Magalhães
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