quarta-feira, 9 de maio de 2012

DOCE ANJO



Tens a face de um ser celestial
Desenhada das mãos do pai celeste
Pra enfeitar este mundo, tu vieste
bem na forma de um ser angelical

Tens o cheiro do orvalho matinal
Quando junta com as gotas do sereno
Desenhada num molde lindo e pleno
Parecendo um enfeite de natal

Doce anjo que enrosca o meu pensar
Tão sensível que chego a imaginar
Pois amar-te de mais, também condiz

Mas não sei se mereço isso que vejo
Ou talvez permaneça neste ensejo
De amar-te e fazer-te então feliz.

-Henrique Brandao-
Serra Talhada

terça-feira, 8 de maio de 2012

Poetisa Natália Monteiro



Eu nasci num recanto diferente
Onde a paz triunfante é quem comanda
Mais se a chuva não vem ela desanda
Da maneira que está ultimamente
Mais meu sangue é de um povo persistente
E ao invés de ficar desesperada
Digo a Deus : Meu Senhor muito obrigada
Tenho orgulho daqui deste meu chão
EU NASCI NAS CAATINGAS DO SERTÃO
UMA TERRA POR DEUS ABENÇOADA.

TABIRA-PE

terça-feira, 3 de abril de 2012

É triste ver um herdeiro
Dessa escravidão do cobre
Por ter somente dinheiro;
Ser tão pobre, ser tão pobre.
Seus versos serão de guerra
Enquanto eu choro pra terra
Dando espinho e dando flor,
Tão simples que cai dum galho
Como uma gota d’orvalho
Nestas lágrimas de amor. 


Kerlle

quinta-feira, 29 de março de 2012

Poetisa Luna Vitrolira

AOS PRAZERES

Todo pôr do sol traz teu cheiro...
Meu peito de amante sorrir...
Eu sempre vou me despedir
do mundo inteiro primeiro
pra depois ganhar beijos teus
e sem querer dizer adeus
fartar-me em teu curto abraço.
O meu prazer é clandestino,
mas quero dizer-te menino
que quando olhas, me desfaço.

Eu tenho alguns poucos receios,
pois meu coração não é casto
e, por isto, às vezes, me afasto:
por respeito ao amor alheio,
mas te espio discretamente
e sempre disfarçadamente
o peito bate descompassado.
E aí aparece a razão
Pra controlar o coração,
dizendo que estais no passado.

eu não me furto a natureza,
mas calo frente ao meu impulso
- pois que se descontrola o pulso -
eu não resisto a tua beleza.
Eu adoro te ver sorrindo
e ainda continuo fingindo
que os meus desejos se castram,
mas mesmo que se calem os lábios
os nossos sentidos são sábios
os olhares sempre se falam.

A tua presença é perigosa
vejo que gostas de incitar
com palavra “maliciosa”,
Mas adoro teu provocar
e sem pressa e com paciência
sou obrigada a pôr reticência
e admitir a verdade crua:
que o pensamento vai aos ares
me desconcertam teus olhares;
sou réu confesso e presa tua.

tudo que começa tem fim
- disso tem-se consciência -
por isso sempre digo sim
pra ver o que quero em essência.
Nem tudo nasce para o eterno,
o fugaz é belo e terno.
Meu carinho tem sinceridade.
Preto, eu te deixo marcado
nesse universo ritmado
oferecendo honestidade.

Não hei de temer arrodeio
muito menos temer saudades.
Rio... pelo efêmero passeio
e por minhas ébrias vontades.
Sem medo de parecer louca
canto amor até ficar rouca
eu danço pela tempestade,
porque se ignoro o desejo
morre no tempo nosso beijo
só porque não se fez verdade.

Não tenho medo nem se espante
é só encanto, admiração
e carinho d’um ser errante
que te faz versos com paixão.
Todo amor é livre e sagrado
não deve ser sentenciado,
pois o pecado não condena,
por isso quero lhe dizer:
se você faz acontecer
faço tudo valer a pena.



Paulista-PE


quarta-feira, 28 de março de 2012

Poetisa Wandra Rodrigues

Quando lembro daquele meu passado
E recordo de tudo que vivi
E das dores que um dia já senti
Que você não estava do meu lado,
Algo em mim percebi que estava errado,
Meu amor, não menti,  foi todo seu...
Porém esse destino não nos deu
E agora só resta uma vontade.
QUEM PASSAR NO CASTELO DA SAUDADE
DE LEMBRANÇA AO AMOR QUE JA FOI MEU.

No castelo da fera da saudade
Descobri que por dentro aqui de mim
existia uma dor que não tem fim
dando um fim em minha felicidade
me deixando na tal fatalidade
após tudo que nos aconteceu
Pra você nosso amor, enfim, morreu
Mas imploro a toda sociedade...                  
QUEM PASSAR NO CASTELO DA SAUDADE
DE LEMBRANÇA AO AMOR QUE JA FOI MEU.

Tabira-PE

segunda-feira, 12 de março de 2012

Poetisa Thaís Nunes

Linho emotivo

Teci dos teus olhos os maiores dos encantos
Mergulhei em rios de substâncias envolventes
Busquei no teu colo paz para o meus prantos
Acalmei-me sobre teus afagos comoventes.


Mistura Diluente

Vendo o tangido do vento fluir
O calor sentido é diluído em essência
Faço dos ritmos as cores para colorir
O ar da vida, solvente da transparência.

sábado, 10 de março de 2012

Nos devaneios dos versos com o tema: A morte.

Lima Jr.:

Dos amigos que partiram
Minha saudade é demais,
Os vivos, por não ir vê-los,
Nem eles voltam jamais,
Aos mortos, não quero ir,
Só lembranças, nada mais.

Vinicius Gregório:

A morte vem destruindo
qualquer sonho, qualquer meta.
Pode até levar de nós
A nossa parte concreta.
Pode até levar o homem,
Mas nunca leva um poeta.

Kerlle de Maglhães:

Se tenho medo da morte
Perguntaram outro dia
E eu pensei nesta alegria
De viver com tanta sorte
Com amigos no suporte
No meu fraco coração
Foi que respondi então
Sem fazer nenhum segredo
Da morte... eu tenho medo
Mas, não mais que a solidão.

Susana Morais:

Nossa vida se compara com a rocha
É tão forte, nem parece passageira
Muita gente leva a vida em brincadeira
Se esquecendo que ela é fogo de tocha
Reconhece quando ela desabrocha
Mas esquece que no fim ela atormenta
Quando sente a martelada é que tenta
Melhorar sua vida já passada
A marreta da morte é tão pesada
Que a pedreira da vida não agüenta.

Cicero Morais:

Nessa vida nós temos a certeza
De que ela um dia vai chegar
Todo mundo queria adiar
Mas a ordem é da santa natureza
Ela é companheira da tristeza
E não falha no dia nem na hora
Deixa o corpo e tira a alma fora
Não importa quem quer que tenha sido
Quando a morte carrega alguém querido
Um pedaço da gente vai embora.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Poetisa Idalina Carla

Nostalgia

Que saudade de um Bom Dia!...
... Um bom dia, de alma pura.
Da criança cheia de ternura,
Que falava o que sentia.

O Bom Dia que escuto agora,
São amargos quase sem amor...
Tão diferentes d’outrora
Então tudo perdeu o valor... ?!

Viveremos de forma diferente
Como de costume antigamente,
Onde o amor era tão lindo...

Saudade deste puro e verdadeiro,
Não desse amor, traiçoeiro.
Que chega a se tornar infindo!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sertaneja Dona Lenira

Dona Lenira, já conhecida pelos poetas frequentadores da casa de Kerlle de Magalhães, e já admirada como uma  figura sertaneja de comentários espirituosos. Certa vez, perguntou pro filho o que significava Red Caps:
- De onde a senhora tirou isso?
- Vi esse nome na internet... no meu faicebuqui.
- Ô mainha... num sei o que é isso não, mas sei que Red é vermelho em inglês.
- As cores em inglês eu sei também (irônia)
- É? como é preto em inglês?
- Béqui!
- É Branco?
- Oxi... é... Blui!


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Dona Lenira, quando pequena, foi passar o dia na casa do tio. Com uma chata mania de almoçar com um dos pés por cima da mesa, o tio zangado deu um tapa e ela saiu gritando aos choros sem terminar de comer seu almoço. O tio com o dedo em sua cara disse:
- Isso é pra você aprender a comer feito gente! Viu!? Agora eu quero que você diga pro seu pai que você vai ver uma coisa!
Emburrada voltou pra casa pisando firme no chão. Seu pai vendo a filha daquele jeito disse:
- ô minha menina... o que foi que cê tá assim? Parece que levou uma pisa...
- E papai ouviu os gritos?

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Com sua surdez, Dona Lenira dar trabalho de entender as coisas. Seu genro, qual é mesmo que filho, certa vez olhou pra ela emocionado e disse:
- ô Dona Lenira, eu gosto tanto de tu...
Ela respondeu na hora:
- Vá tomar no cú você, seu porra! Me respeite!
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sábado, 24 de dezembro de 2011

DESPEDIDA

No aperto de mãos da despedida
O suor misturou-se a comoção
Anulando o perfume da paixão
E deixando no canto o da partida.

O achado de nós perdeu a ida
No caminho do eu, da solidão
Pois sem nós, eu não tenho a condição
De seguir linha reta sem saída.

Eu conjugo o presente no passado
Pra sentir o meu corpo ser tocado
Pelas mãos que acenam em tom de adeus,

Quando choro por ver as suas costas
O relógio me chega com respostas
Me dizendo que o tempo é um senhor Deus.

Thyelle Dias

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Lima Jr. e Cícero Moraes

Em viagem a Petrolândia, o poeta Lima Júnior, da cidade de Tuparetama, recebeu um mote informado que sua autoria seria de um tal Pedro Téo, versejada com Ciço Moraes de Belomonte:



A MORADA DE DEUS É TÃO DISTANTE
QUE É PRECISO MORRER PRA CHEGAR NELA.


Cícero Moraes:

Todos nós já nascemos com missão
A cumprir quando em vida aqui na terra
No momento em que a vida se encerra
Nós cumprimos a determinação
E o chamado de Deus para a mansão
Vem às vezes de uma forma singela
Quando a alma se solta e o corpo gela
A viagem ao céu é no instante
A morada de Deus é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela.


Lima Júnior:

O relógio da vida marca a hora
Reservada pra última viagem
Sem comprar um bilhete de passagem
Nem saber o momento de ir embora
Perde a vista quem vai,quem fica chora
Quando a terra nos abre uma janela
O espírito se solta o corpo gela
E o caixão é o transporte mais possante
A morada de Deus é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela


Cícero Moraes:

Se perder um amigo faz pesar,
Imagine um filhinho ou um irmão
É capaz de parar o coração,
Não existe quem possa amenizar
Tanta dor e tristeza no olhar
No momento de uma sentinela
E lembrando essa pessoa bela
A saudade se torna agonizante
A morada de Deus é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela.


Lima Júnior:

A matéria cansada não atende
Aos comandos da mente que se cansa
A pressão sobe e desce igual balança
Quando encurta a passada e o corpo pende
Sem a força vital não compreende
Vendo um anjo fazendo sentinela
Vem um sopro da morte apaga a vela
E a Deus manda mais um ser errante
A morada de Deus é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Aniversário de poeta

Jessé Costa, poeta de Timbaúba-PE, já muito querido pelos poetas sertanejos, aniversariando, recebe um versinho de Kerlle de Magalhães:

Num dia igual a este
Deus traçou, na luz, a meta;
Escreveu um lindo verso
Criando um grande atleta,
Das rimas de nossas vidas
Para não serem perdidas
Quando fez você, poeta!

Já era de se esperar, com sua humildade e admiração pelos amigos, devolve na hora uma sextilha maravilhosamente rendida por uma inspiração de apreço ao colega, qual mostra ser sempre o poeta que todos admiram:

Pois quem vê só se arreta
Com meus versos tão banais,
Versos grande são os teus
Como tudo que tu faz,
Mas, porém, muito obrigado
E se Deus fez-me inspirado,
Fez você mil vezes mais.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Poesia de Vinícius - O poeta

Talvez não seja tão bom
Ser poeta nessa vida
Talvez seja até sofrida
A vida com esse dom...
afirmo isso em bom som:
... Alegria nos renega!
É que o poeta se entrega,
Sente a dor de todo mundo,
Tem sempre um choro profundo
Que no seu peito se apega.

Saudade é sempre pior
No coração do poeta.
Alegria é nossa meta,
Mas a tristeza, é maior.
Eu sinto a dor do menor,
Abandonado e sem brilho...
Sinto a dor do andarilho,
Sinto do velho a idade,
Eu sinto até da saudade
Da mãe que perdeu o filho.

Eu sinto a dor de quem ama
Mas não pode ser amado.
Eu sofro multiplicado
Quando a paixão não me inflama.
Eu sinto o queimar da chama
De quem sente solidão...
Sinto a fome de um irmão
Que a muito tempo não come,
Eu sinto a praga da fome
Que atrapalha o meu Sertão!

Poeta já nasce feito
Com seu destino traçado
Já nasce predestinado
A sentir dor no seu peito.
Deus nos criou desse jeito:
Uma raça diferente!
Sinto a dor de toda gente
Que não tem sonho, nem meta...
Sinto até, como poeta,
A dor que o poeta sente.

Poeta no dia-a-dia
Tem sentimento apurado
Só que não sofre calado,
Descarrega em poesia!
Tenta encontrar alegria,
Mas só tristeza lhe afeta.
Possui a vida inquieta
Mas mesmo assim é valente,
Pois com toda dor que sente
Não deixa de ser poeta!

Apesar de toda dor
Caso outra vez eu nascesse,
E Jesus me concedesse
Escolher o meu labor,
Minha escolha sem temor
Não era ser diferente.
Mesmo com essa dor pungente
Que se instala no meu peito
Eu queria satisfeito
Ser poeta novamente!

Vinícius Gregório

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

poetisa Pepita

SONETO DA LUA

Nesta ânsia de tanto te querer,
Vou viver sem temer fatalidade.
Nada mais me farar enlouquecer,
A não ser esta dor... esta vontade.

De querer-te a mim mais um pouquinho,
Mesmo sendo difícil o nosso amor...
Não há nada que encurte esse caminho
Que nos uniem: paixão, luz e calor.

Mesmo assim sem querer ser sempre tua,
Vivo eu tão sozinha como a lua
Qual espera por mais um anoitecer.

Eu te espero meu bem... só com vontade
De matar totalmente esta saudade
Qual me mata na falta de você..


Tabira-PE

domingo, 28 de agosto de 2011

SENTI -LOS


É preciso extrair a pura essência
Existente em nós e em nossas vidas,
Pois assim sentiremos resistência
Ao encontrarmos sensações perdidas.

Enxergar o escuro em transparência,
Ouvir o som nas notas produzidas.
Saciar o sabor da existência,
Cheirar a luta nas canções contidas.

Tocar a alma, a forma, o instrumento.
Amar a vida, a fé e o sentimento,
Que é necessário para prosseguir…

Pois, se não houver sonhos construídos,
Qual o sentido em ter os sentidos
E não usá-los pra saber sentir?

Isabelly Moreira - São José do Egito