segunda-feira, 28 de março de 2011

Soneto solitário

Um poema escrevi em meu chapéu,
Escrevi um poema em meus sapatos
E na roupa; escrevi em arranha céu
Este verso com sentimentos natos.

Escrevi outro verso no teu véu
E outros versos compus em teus retratos,
E depois o meu verso, triste, ao léu
Foi chorar por teus atos tão ingratos.

Desde sempre esta lira tão tristonha
Entristece este livro que a componha
Porque não há nós dois pra dar a graça.

Quando alguém quiser ler algum soneto,
Este meu não será qualquer seleto,
Mas será o mais triste dessa praça.

Kerlle de Magalhães

2 comentários: