Incompreensão
Não bastasse viver sempre trancado,
Dói no peito o que fez o meu vizinho:
Confinou um pequeno passarinho
Pra viver feito ele, engaiolado...
Num cubículo escondido e abafado
Vive o homem, que acorda bem cedinho
Pra cuidar do seu prisioneirozinho
Que está preso, mas não fez nada errado.
Vive o homem jurando que ele canta,
Mas só ouço sair pela garganta
Gritos secos de dor e de saudade...
Ele jura que o canto é de contente,
Mas só ele não vê que é, claramente,
Um protesto por sua liberdade.
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