Um poema escrevi em meu chapéu,
Escrevi um poema em meus sapatos
E na roupa; escrevi em arranha céu
Este verso com sentimentos natos.
Escrevi outro verso no teu véu
E outros versos compus em teus retratos,
E depois o meu verso, triste, ao léu
Foi chorar por teus atos tão ingratos.
Desde sempre esta lira tão tristonha
Entristece este livro que a componha
Porque não há nós dois pra dar a graça.
Quando alguém quiser ler algum soneto,
Este meu não será qualquer seleto,
Mas será o mais triste dessa praça.
Kerlle de Magalhães
Arra gota... um assombro de bonitez!!!
ResponderExcluirEita Caneta violenta!
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