UMA ROSA
E a rosa que dei por teu perdão
era viva, garbosa, linda-flor,
era o cheiro da vida -seu odor-
sua cor foi vermelho, de paixão.
mas a rosa caiu, findou no chão
pois murchou imitando seu amor
e o cheiro que exala hoje é dor
que destroça um castelo de ilusão.
Eu baixei minha vista, prá não ver
tu partires ( e a nossa flor morrer)
castigando o sentir mais leve e casto.
mas o tempo com o tempo foi mostrando
que milhares de rosas vão brotando
pois a vida é um fértil campo vasto.
Este blog tem o fim de divulgar os(as) novos(as)poetas(isas) do sertão pernambucano que expande sua arte de fazer poesia.
quarta-feira, 30 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
Soneto solitário
Um poema escrevi em meu chapéu,
Escrevi um poema em meus sapatos
E na roupa; escrevi em arranha céu
Este verso com sentimentos natos.
Escrevi outro verso no teu véu
E outros versos compus em teus retratos,
E depois o meu verso, triste, ao léu
Foi chorar por teus atos tão ingratos.
Desde sempre esta lira tão tristonha
Entristece este livro que a componha
Porque não há nós dois pra dar a graça.
Quando alguém quiser ler algum soneto,
Este meu não será qualquer seleto,
Mas será o mais triste dessa praça.
Kerlle de Magalhães
Escrevi um poema em meus sapatos
E na roupa; escrevi em arranha céu
Este verso com sentimentos natos.
Escrevi outro verso no teu véu
E outros versos compus em teus retratos,
E depois o meu verso, triste, ao léu
Foi chorar por teus atos tão ingratos.
Desde sempre esta lira tão tristonha
Entristece este livro que a componha
Porque não há nós dois pra dar a graça.
Quando alguém quiser ler algum soneto,
Este meu não será qualquer seleto,
Mas será o mais triste dessa praça.
Kerlle de Magalhães
quarta-feira, 23 de março de 2011
Galdêncio Neto
COMO POSSO SER EU UM HOMEM FEITO
SE EM CRIANÇA A INFÂNCIA NÃO PASSEI?
Como posso ser eu um homem feito
Num futuro sem antes ter passado?
Como posso sorrir sem ter chorado
Tantas coisas que passam no meu peito?
Perfeição se transforma no defeito
Se o passado presente eu encontrei
O melhor duma vida lá deixei
Em um filme que quase não se assiste.
Como sei se a feliz idade existe
Se em criança a infância eu não passei?
Como posso lembrar de alegria
Se na infância, tristezas só ganhei?
Se criança eu já fui, nem mesmo sei...
Meu pião, ah... jogar, como eu queria!
Ter no carro de lata a fantasia
De menino que agora é que sonhei...
Brincadeiras, antigas que eu brinquei
E tornei-me o garoto mais perfeito!
Como posso ser eu um homem feito
Se em criança a infância eu não passei?
A infância vivi, mas só no sonho...
Acordei pra catar vaca de osso,
Tomar banho e brincar de cai no poço,
Cada beijo e um rosto mais risonho...
De alegre transmudo e sou tristonho
Por saber que o passado eu retornei
Na certeza, de um sonho que sonhei,
Pois voltar pro passado não tem jeito.
E não posso ser eu um homem feito
Se em criança a infância eu não passei.
Como sei quanto vale uma saudade
Se o valor estimado é a infância?
Se na vida não tive a tolerância
De parar pra mim mesmo, com essa idade
Conheci do divino a divindade
Quando vi que da vida nada sei.
Tantas coisas que nela acumulei
Na tristeza que levo no meu peito
Por não ter sido eu um homem feito
Sem a infância feliz que eu passei.
Sertânia-PE
quarta-feira, 16 de março de 2011
Poetisa Adriane Freire
Matuto conquistador
Há quem fale que matuto
É cabra esperto e amigo,
Pois eu tenho cá comigo
Que além de muito astuto
Tem coisa até de magia
Pois lhe digo que outro dia
Vi um senhor meio enxuto
Que tentava a todo custo
Conquistar uma Maria
Quando avistei a peleja
Ele querendo, ela correndo,
E já quase escurecendo
Naquele beija e num beija
De repente o tal matuto
Desandou a pinotar
Maria achou um insulto
Pôs-se logo a esculhambar
E o véio com aquela dança
Eu pensei: é catimbó
Parecia pajelança
O veio lá num pé só
Continuava a festança
Pois num é que a Maria
Num sei como aconteceu
Nessa hora já sorria
Já até admitia
Um cheiro que o veio deu
Quando vi, lá tava os dois,
Num agarradi danado
Só pensando no depois
Logo mais no reservado
O fato é que esse matuto
Dançarino ou macumbeiro
Por dentro de dez minutos
Que seja dito primeiro
Conseguiu, nem se esforçou,
Conquistar sua Maria
Que todo mundo queria
Mas só o matuto levou.
Arcoverde-PE
Há quem fale que matuto
É cabra esperto e amigo,
Pois eu tenho cá comigo
Que além de muito astuto
Tem coisa até de magia
Pois lhe digo que outro dia
Vi um senhor meio enxuto
Que tentava a todo custo
Conquistar uma Maria
Quando avistei a peleja
Ele querendo, ela correndo,
E já quase escurecendo
Naquele beija e num beija
De repente o tal matuto
Desandou a pinotar
Maria achou um insulto
Pôs-se logo a esculhambar
E o véio com aquela dança
Eu pensei: é catimbó
Parecia pajelança
O veio lá num pé só
Continuava a festança
Pois num é que a Maria
Num sei como aconteceu
Nessa hora já sorria
Já até admitia
Um cheiro que o veio deu
Quando vi, lá tava os dois,
Num agarradi danado
Só pensando no depois
Logo mais no reservado
O fato é que esse matuto
Dançarino ou macumbeiro
Por dentro de dez minutos
Que seja dito primeiro
Conseguiu, nem se esforçou,
Conquistar sua Maria
Que todo mundo queria
Mas só o matuto levou.
Arcoverde-PE
terça-feira, 15 de março de 2011
O FIM DE NOSSA HISTÓRIA
Vendo fim desse amor que não tem fim
E você decidida a me deixar
Sem razões aceitáveis, mesmo assim,
Não deixei um minuto de te amar.
Meu lamento agora não é por mim...
Me asseguro que sempre irei chorar,
Mas, lamento, será bem mais ruim
Pra você que saiu do nosso lar.
Neste fim cada um saiu perdendo
Mas você perdeu mais não merecendo
Na certeza que hoje, vendo, sei.
Vou amar muitas vezes como amado
E você amará no seu agrado,
Mas, ninguém vai te amar como eu te amei.
Kerlle de Magalhães
E você decidida a me deixar
Sem razões aceitáveis, mesmo assim,
Não deixei um minuto de te amar.
Meu lamento agora não é por mim...
Me asseguro que sempre irei chorar,
Mas, lamento, será bem mais ruim
Pra você que saiu do nosso lar.
Neste fim cada um saiu perdendo
Mas você perdeu mais não merecendo
Na certeza que hoje, vendo, sei.
Vou amar muitas vezes como amado
E você amará no seu agrado,
Mas, ninguém vai te amar como eu te amei.
Kerlle de Magalhães
Por saber que me amavas fui ingrato
Por não dar o valor que merecias
Não levei nada a sério, Insensato
Por não ter feito tudo que querias
Infantil por demais, não fui fiel
Respeitar-te não foi o meu papel
Demorei pra poder reconhecer
E no abraço da nossa despedida
Eu te disse: - Perdão minha querida
E você respostou: - Vou te esquecer!!
Raphael Moura
Por não dar o valor que merecias
Não levei nada a sério, Insensato
Por não ter feito tudo que querias
Infantil por demais, não fui fiel
Respeitar-te não foi o meu papel
Demorei pra poder reconhecer
E no abraço da nossa despedida
Eu te disse: - Perdão minha querida
E você respostou: - Vou te esquecer!!
Raphael Moura
segunda-feira, 14 de março de 2011
Poeta Jânio Leite
Fui gerado e criado lá na roça
Convivi toda infância com meus pais
Não cursei faculdades federais
Minha lição foi puxar burro em carroça
Com a mão calejada e a pele grossa
De um trabalho tão árduo e tão pesado
Na enxada, na foice e no machado
Meu alimento foi feijão e rapadura
Calo sêco é anel de formatura
Pra quem fez faculdade no roçado.
Convivi toda infância com meus pais
Não cursei faculdades federais
Minha lição foi puxar burro em carroça
Com a mão calejada e a pele grossa
De um trabalho tão árduo e tão pesado
Na enxada, na foice e no machado
Meu alimento foi feijão e rapadura
Calo sêco é anel de formatura
Pra quem fez faculdade no roçado.
São Jose do Egito-PE
quarta-feira, 2 de março de 2011
Júnior Guedes
O improviso e o dom do Cantador
Decantado ao som de uma viola
Não se vê nem se aprende na escola
Que frequenta o filho dum doutor
Numa mesa de glosa o glosador
Faz milagres com tal facilidade
Onde ele aprende, na verdade?
A fazer o que quase ninguem faz?
A escola da vida ensina mais
Do que grupo, cursinho ou faculdade
Que escola ensinou o Vitalino?
Foi qual curso que'o fez um artesão?
Quem ensina ao vaqueiro do sertão
A correr pelo mato tão ferino?
Quem deu aula ao poeta Marcolino?
Pra compor com tanta afinidade?
Quem ensinou a Pinto a "crueldade"
De botar tanto cantador pra traz
A escola da vida ensina mais
Do que grupo, cursinho ou faculdade
Que escola leciona o que é amor?
Onde é que se ensina a esperança?
Como é que se ensina a confiança?
Como é que se aprende o bom humor?
O humano é feito um furta-cor
O que está ao redor vem e lhe invade
Com humildade se aprende humildade
Só com paz se aprende a fazer paz
A escola da vida esina mais
Do que grupo, cursinho ou faculdade .
Decantado ao som de uma viola
Não se vê nem se aprende na escola
Que frequenta o filho dum doutor
Numa mesa de glosa o glosador
Faz milagres com tal facilidade
Onde ele aprende, na verdade?
A fazer o que quase ninguem faz?
A escola da vida ensina mais
Do que grupo, cursinho ou faculdade
Que escola ensinou o Vitalino?
Foi qual curso que'o fez um artesão?
Quem ensina ao vaqueiro do sertão
A correr pelo mato tão ferino?
Quem deu aula ao poeta Marcolino?
Pra compor com tanta afinidade?
Quem ensinou a Pinto a "crueldade"
De botar tanto cantador pra traz
A escola da vida ensina mais
Do que grupo, cursinho ou faculdade
Que escola leciona o que é amor?
Onde é que se ensina a esperança?
Como é que se ensina a confiança?
Como é que se aprende o bom humor?
O humano é feito um furta-cor
O que está ao redor vem e lhe invade
Com humildade se aprende humildade
Só com paz se aprende a fazer paz
A escola da vida esina mais
Do que grupo, cursinho ou faculdade .
Tabira-PE
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